As eleições de 2024 trouxeram vários rostos novos para o Legislativo de Paranaguá e, uma delas, é a Tenile Xavier que, já atuou com protagonismo em uma das secretarias mais importantes do município na gestão anterior e continua firme lutando por uma educação mais inclusiva, humana e pensada para as crianças da cidade, agora como vereadora de Paranaguá.
Em entrevista exclusiva ao portal Paraná em Pauta, a vereadora comentou sobre seus projetos em tramitação na Câmara de Vereadores de Paranaguá, seu trabalho diário com a educação, saúde, projetos voltados à segurança das mulheres, sobre a adultização das crianças e na área ambiental.
Tenile Xavier (PSD) foi eleita com 1.649 votos, sendo a mulher mais votada e segunda no ranking geral das eleições, ficando atrás somente do vereador Marcelo Péke Bocudo (Republicanos).
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Sua atuação na Câmara de Vereadores
Com uma atuação plural e com uma proposta de debater ideias para o crescimento da cidade, a vereadora tem trabalhado de forma coesa com seus valores e crenças. ‘’Por vezes, não sou vista com bons olhos pelos colegas de parlamento, pela gestão e por aqueles que não entendem exatamente o verdadeiro sentido de estar aqui. Todos os pontos e pautas que trabalhei durante os 9 meses foram sempre pensando em prol da população’’, afirmou Tenile.
Sua atuação tem sido voltada para políticas públicas nas áreas de saúde, educação, esporte, cultura, meio ambiente e a valorização dos servidores municipais, sempre buscando atender às demandas que chegam até ela por meio da população: ‘’São áreas importantes e que não recebem a devida importância pelo resultado que podem trazer na vida da população […] Eu não me declaro como vereadora de oposição porque a decisão de cada processo, emenda, projeto de lei que vou fazer, sempre prezo por pesar se isso traz mais malefício ou benefício para a população. Por isso, muitas das coisas do Executivo e Legislativo têm meu voto favorável, porque entendo que são de interesse da população. Quando eu entender que não trarão benefício e que esteja fugindo do que é esperado, irei votar contrário’’, comentou.
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Uniformes escolares e educação
Um dos embates da gestão atual é a entrega dos uniformes escolares e que, segundo a vereadora, até a data da gravação da entrevista ainda não haviam sido entregues aos alunos da rede pública.
‘’Já deu tempo suficiente para muita coisa estar andando. Tenho atuado nas duas frentes: como vereadora e, durante o dia, atuo como professora em sala de aula no município. Eu percebo que estamos vendo uma caminhada de tentar desqualificar o trabalho realizado. Sou da opinião que não interessa quem fez: se está dando certo e trazendo educação de qualidade para as crianças, a gente deve continuar. O que estamos vendo é uma descontinuidade de muitos projetos: fala-se que não foi deixado nada, mas houve uma equipe de transição que conversou com cada secretário. Eu posso responder pela Secretaria de Educação que eu respondia: passamos todas as informações detalhadamente para a equipe de transição, que era composta também pela atual secretaria de educação. Nessa transição, nós deixamos as informações de como fazíamos as compras do uniforme e material escolar, onde nós fizemos nos últimos anos por adesão de ata via atas do governo federal (A adesão a uma ata de registro de preços (ARP) de outro órgão federal permite que um órgão ou entidade não participante — um “carona” — utilize a ata para adquirir bens ou serviços), e que traziam a mesma qualidade dos materiais com um preço menor, trazendo economia e benefício aos cofres públicos. O que acontece é que começou a gestão e não foi feita a ata e nem a licitação. Em julho, começaram a ser entregues alguns uniformes para as crianças que participaram do desfile cívico, porém as demais instituições ainda não receberam. E eu posso dizer porque estou na sala de aula e não se tem uniforme e nem material. Por mais que o discurso seja que a antiga gestão não deixou, nós já temos nove meses de trabalho e já deu um tempo considerável para que os materiais e uniformes fossem licitados e entregues’’, ressaltou.
Até o momento da publicação desta reportagem, a Prefeitura de Paranaguá não respondeu aos questionamentos sobre a existência de um cronograma de entregas, quantos kits já foram enviados para as escolas e a previsão de entrega para toda a rede municipal enviada pelo jornalismo do portal.
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Escolas interditadas
Algumas escolas interditadas parcialmente em 2024 acabaram sendo totalmente interditadas e deixadas sem uso no início deste ano letivo e tem causado transtorno em famílias que necessitam do ensino público em alguns bairros da cidade. Segundo a vereadora, as instituições, como a Escola Municipal Randolfo Arzua, estavam parcialmente interditadas, mas ainda operavam e atendiam a população local e, inclusive, a maioria já contava com projeto arquitetônico para a licitação da obra de revitalização do espaço:
‘’Nós estamos no mês de setembro e os pais ainda não tiveram um suporte e informação de quando elas voltam a funcionar. Simplesmente interditaram sem ter um plano de ação. Temos como exemplo a escola Randolfo Arzua que foi depredada e saqueada. Só sobrou o esqueleto com as paredes. No início do ano, foram entregues todos os processos que estavam em andamento. Projetos que só faltava licitar e iniciar as obras, por exemplo, a Escola Leôncio Corrêa, Escola Municipal Profª Rosiclair Silva Costa, Escola Municipal Iná Xavier Zacharias e Centro Municipal de Educação Infantil Antônio Tortato são escolas que poderiam estar operando e com as obras em andamento, mas, por ser deixada pela gestão passada, não se dá a devida atenção’’, afirmou a vereadora.
Ainda segundo a vereadora, um dos projetos que a atual administração da Secretaria de Educação e Ensino Integral de Paranaguá (SEMEDI) não deu andamento, e que já estava com todo o projeto licitado para ser realizado, é a construção de uma nova unidade da Escola Almirante Tamandaré, que ficaria localizada ao lado da delegacia cidadã e o antigo prédio da escola seria doado para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) para o aumento dos atendimentos da entidade.
‘’Eles (APAE) fazem um excelente trabalho, inclusive nós estamos em uma luta contra o projeto de lei que visa o fechamento das escolas especiais, e esse era um fortalecimento que o município faria. Porém, não se tem nenhuma informação de que o projeto está andando’’, disse.
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Transporte universitário – PL 6563/2025
Tramitou na Câmara Municipal de Paranaguá o projeto de lei nº 6563/2025, de autoria da vereadora Tenile Xavier, que buscava colocar como prioridade o transporte universitário na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 para alunos do município que frequentam instituições de ensino nas cidades vizinhas. Para surpresa dos estudantes, algo que seria benéfico para quem necessita do transporte escolar foi reprovado pela Casa de Leis.
‘’Dentro das minhas seis emendas, uma delas visava colocar como prioridade o transporte escolar e acrescentar o transporte universitário. Quando falamos em prioridade, é para que tivesse uma atenção especial, considerando que o município tem uma grande quantidade de crianças que utilizam o transporte escolar, tanto das colônias, do município, do estado, e que vêm para a cidade. Essas regiões não têm o transporte público, por isso o transporte escolar é para conseguirmos fazer esse transporte de casa para o colégio, de casa para universidade e para casa novamente com segurança […]. Nós temos a possibilidade de, aqui do lado, ter disponibilidade de universidades públicas e gratuitas para os jovens e adolescentes. Muitos deles fazem o vestibular, passam e não conseguem custear essa ida para o município e, quando têm como custear, não têm ônibus que faz o horário de volta para as cidades vizinhas. Por isso, pensando em garantir a entrada, permanência dos jovens e a conclusão, nós enviamos o projeto. Mas, com muita tristeza, eu tive a minha emenda rejeitada pela maioria dos vereadores […]. Muitos alunos saíram daqui entristecidos por ver que não foi entendido como prioridade esse assunto’’, declarou.
‘’Considerando a importância das pautas, eu percebo que a Câmara Municipal ainda não está acostumada com alguém que discorda. A partir do momento que voto no que acredito, me manifesto e me coloco com firmeza no que vejo de pautas que trago da comunidade como certo, dá uma estremecida […]. Havia emenda que solicitava prioridade para a inclusão e educação, já que temos terapias que foram descontinuadas, sem professor de apoio, com escolas fechadas. Faz sentido falar que já consta no plano, se está claro que não está tendo prioridade no Executivo? Eu penso que é muito porque foi a Tenile que solicitou, e aí não se considera o que de fato está no documento, e sim quem propôs as emendas’’, afirmou.
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Farmácia Veterinária Popular – PL 6577/2025
O projeto surgiu pela grande demanda de animais em situação de rua e são abandonados pelos seus tutores. ‘’Todos os bairros que a gente passa, nós vemos muitos animais abandonados e nós temos uma gama de voluntários que resgatam esses animais, acham lares temporários, levam para suas casas e fica um custo enorme de medicação para eles […]. A proposta foi no sentido de pensar em dar suporte para essas pessoas que, através da farmácia popular veterinária, pudessem retirar os medicamentos, assim como já existe a farmácia popular para os seres humanos. Pensando nesse caminho, seria trazer esse benefício para que as pessoas pudessem dar um cuidado maior para os seus pets, e isso também ajudaria na diminuição do número de abandono de animais, já que também ajudaria os donos de pets na economia dos seus lares’’, disse a vereadora.
O projeto segue tramitando internamente na Câmara Municipal de Paranaguá e poderá ser votado em breve.
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Punição para agressores de mulheres com ressarcimento ao SUS – PL 6576/2025
Com o grande crescimento de crimes como feminicídio e agressão a mulheres no país, o projeto de lei 6576/2025 busca fazer com que os agressores façam o ressarcimento dos gastos que o Sistema Único de Saúde (SUS) teve ao atendimento da mulher que sofreu as agressões.
‘’Nas últimas pesquisas, Paranaguá foi apontada como uma das piores cidades para uma mulher viver e, quando nós apresentamos esse projeto para que o agressor seja responsável, é sobre todos os tipos de violência. A partir disso, as mulheres procuram o SUS para ter o atendimento, e como fica o agressor nisso? Ele foi, agrediu e não tem responsabilidade alguma, nem criminalmente, não é preso e ainda gerou uma despesa para a saúde pública. E esse projeto seria para que pudesse responsabilizar e fazer com que o agressor arque com os gastos que o SUS teve. Isso é uma tentativa de tentar diminuir a violência contra as mulheres, porque, a partir do momento que eu sei que vou responder juridicamente e que também vai pesar no bolso, talvez a gente consiga diminuir o número de violência’’, afirmou.
O projeto segue tramitando internamente na Câmara Municipal de Paranaguá e poderá ser votado em breve.
Você poder assistir a entrevista completa através do youtube do Paraná em Pauta. Clique aqui e acompanhe.
Uma resposta
Algumas prioridades estão sendo deixadas de lado infelizmente.